32. REVELAÇÕES DOLOROSAS
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
❛ revelações dolorosas ❜
SILÊNCIO. UM SILÊNCIO constrangedor tomou conta do grupo de três lufas-lufas e quatro grifinórios, sentados no pátio. Eleanor e Ron estavam decididamente evitando o olhar um do outro enquanto Harry e Noah continuavam trocando olhares furtivos. Deanna, Hermione e Ginny continuavam gesticulando uma para a outra para falar, mas nenhuma delas conseguia. Era um milagre que elas pudessem finalmente tirar Ron de Lavender, mas nenhuma delas sabia como começar.
Ron finalmente suspirou, quebrando o silêncio. — Olha, eu...
— Ei, Deanna. — Eleanor o interrompeu com um tom de falsa surpresa. — Você acabou de ouvir um idiota falando?
Os olhos de todos se arregalaram com isso. O objetivo deles era melhorar as coisas entre os dois amigos de infância, não fazê-los brigar ainda mais, mas parecia que Eleanor tinha uma ideia diferente.
— Qual é o seu problema? — Ron retrucou, com um tom de mágoa na voz. — Eu não fiz nada para você. Por que você está brava agora que eu finalmente tenho alguém? Eu não disse nada quando você ficou com Seamus e Zabini.
— O que você quer dizer com não ter dito nada? — Eleanor se levantou e olhou para ele, finalmente encontrando seus olhos pela primeira vez naquele dia. — E eu não poderia me importar menos com quem você está. Vá em frente, vá beijar todas as garotas que lhe agradam. — ela se virou e começou a ir embora quando...
— Pelo menos eu só beijei uma pessoa. E você? Provavelmente beijou mais da metade dos garotos de Hogwarts. — todos pararam e olharam para Ron, horrorizados com o que ele havia dito. Até Eleanor parou no meio do caminho. Os olhos de Ron se arregalaram quando ele percebeu que palavras tinham saído de sua boca. As palavras que ele não quis dizer. — E-El, e-eu...
Eleanor se afastou dele quando ele tentou alcançá-la. Ela piscou para conter as lágrimas nos olhos e zombou fracamente. — Agora eu sei o que você pensa de mim. Nunca mais fale comigo, ok? — ela começou a se afastar deles.
— El...
— Nós iremos atrás dela, Ron. — Deanna apertou seu ombro e acenou para Noah, os dois indo atrás de Eleanor.
— Você é um idiota. Por que não admite seus sentimentos? — Ginny zombou do irmão antes de também correr atrás de Eleanor. Ron afundou-se no assento e apoiou a cabeça nas mãos. Harry e Hermione imediatamente o abraçaram, sem saber o que dizer. Eles conheciam Ron. Ele não era do tipo que dizia palavras assim, mas as palavras de Eleanor o machucaram também e ele também disse sua cota de palavras dolorosas.
— E-eu sou um idiota. — Ron murmurou trêmulo. Hermione estava prestes a dizer algo quando Ron levantou a cabeça, e ela e Harry ficaram chocados ao ver que ele estava chorando.
— Ron... — Harry abraçou seu amigo com mais força. Ron enterrou seu rosto no ombro de Harry e soluçou com o coração. Nenhum deles sabia o que dizer porque foi uma troca de palavras dolorosas no calor do momento. Tanto Eleanor quanto Ron tinham culpa no que tinha acabado de acontecer, e eles eram os únicos que podiam consertar isso.
— El! — Deanna e Noah pararam de correr e ofegaram por ar quando alcançaram Eleanor, que agora estava chorando nos braços de Jemina. Jemina olhou para Deanna e Noah com confusão e preocupação em seu rosto, embora continuasse confortando Eleanor.
— El... — Ginny parou de falar quando chegou ao lado de Deanna e Noah. Ela olhou preocupada para Eleanor, que estava se acalmando um pouco.
Eleanor fungou e sorriu fracamente para eles. — Estou bem. Peço desculpas por causar uma cena.
— Você não precisa se desculpar, El. — Ginny apertou a mão de Eleanor. — Sentimos muito por colocar você em uma situação complicada.
— É, nós só queríamos que você e Ron melhorassem. — disse Noah suavemente. — Vocês dois eram melhores amigos desde crianças.
— Eu sei. Eu não deveria ter explodido com ele. — Eleanor suspirou e tentou sorrir para eles mais uma vez. — Estou bem. Você pode ir agora, Gin. Dee, Noah e Jem podem cuidar de mim.
Ginny hesitou antes de assentir e dar outro abraço em Eleanor. Ela assentiu para Jemina e sorriu para Deanna e Noah antes de seguir seu caminho. Jemina a observou ir embora com um olhar de curiosidade antes de se virar para seus amigos, as três fazendo o melhor que podiam para melhorar o humor de Eleanor. Eles só podiam esperar que os dois pudessem de alguma forma confessar seus sentimentos um ao outro e descobrir uma maneira de consertar seu relacionamento.
•─────⋅☾ ☽⋅─────•
— Você ainda está olhando para isso, amor? — Dumbledore sorriu divertido enquanto observava Deanna brincar com o colar que Hermione tinha dado a ela em seu aniversário. Era apenas um colar simples com um pingente de fênix. Apesar do frio que dezembro trouxe, ela estava feliz. O colar a deixou tão aquecida quanto Hermione.
— B-bem, é um bom colar, Pops. — Deanna gaguejou e se virou para longe do pai para esconder o rubor. Ela era tão óbvia assim? — V-vou me deitar para dormir, Pops. Boa noite.
Dumbledore riu quando Deanna subiu rapidamente as escadas para evitar sua pergunta. Sua filha estava apaixonada, e ela não tinha a mínima ideia da profundidade de seus sentimentos por uma grifinória.
— Ele já sabe, Fawkes? — Deanna andava nervosamente pelo quarto enquanto Fawkes olhava para ela com a cabeça inclinada. Ele pode ser uma fênix, mas qualquer um que visse Deanna agora pensaria que ela era louca.
— Por que não consigo controlar meus sentimentos? — Deanna batia a cabeça na parede a cada palavra.
— Sentimentos por quem?
Deanna pulou de susto com a voz e se virou. Assim como nos encontros anteriores, seu entorno mudou e ela estava na mesma mansão escura, cara a cara com o próprio Voldemort.
— Você está aqui de novo. — Deanna disse surpresa. — Já faz meses desde a última. Como isso aconteceu?
— Nem eu sei. — Voldemort soltou um suspiro e encarou Deanna silenciosamente, deixando Dumbledore confusa sobre o porquê de ele não estar falando. Ela estava prestes a dizer algo quando Voldemort falou novamente. — Você está apaixonada por alguém?
Deanna corou com a pergunta dele e queria dizer não, mas surpreendentemente, não conseguiu dizer. Ela apenas suspirou e olhou feio para ele. — E o que é que te importa se eu estou apaixonada por alguém?
Os olhos vermelhos de Voldemort brilharam com a declaração dela, e ele murmurou para si mesmo. — Significa tudo para mim.
— Tom. — disse Deanna com uma voz atipicamente suave. — Eu...
— Pare. Pare. — Voldemort a interrompeu no mesmo tom suave. — Eu não quero ouvir isso. — ele respirou fundo e encontrou os olhos azuis dela com os seus vermelhos, chocando-se como fogo e tempestade, mas mantendo amor por um e compaixão pelo outro. — Você já se perguntou por que eu te coloquei para dormir por 50 anos, mesmo que isso significasse não ter você por esses anos?
Os olhos de Deanna se arregalaram com isso. Ele estava certo, ela sempre foi curiosa sobre isso, mas nunca obteve uma resposta. Ela sabia que não deveria perguntar, mas sua curiosidade estava levando a melhor sobre ela. — Por que você fez isso?
— A profecia. — Voldemort sabia pela reação de surpresa de Deanna que Dumbledore ainda não havia lhe contado sobre seu destino e isso fez seu ódio pelo Diretor crescer ainda mais. Era sua própria filha e ainda assim ele estava agindo como se tudo fosse dar certo no final quando todos sabiam que isso nunca iria acontecer.
— Ele não te contou sobre isso? — Voldemort zombou da expressão confusa dela. — Eu pensei que seu pai te amava.
— Você não está em posição de dizer algo sobre como meu pai me ama. — Deanna respondeu com raiva. — Você...
— Então, por que ele não te contou sobre o motivo de eu ter te mantido por 50 anos? — Voldemort retrucou. — Ele sabia a resposta e, ainda assim, nunca te contou sobre isso. Ele ao menos te contou a verdade sobre você? Você pode ser a pequena fênix dele, mas se ele realmente te amasse, ele iria...
— Voldemort!
Deanna se virou e viu Dumbledore ali com uma expressão assassina no rosto, a mesma expressão que ele tinha quando enfrentou Voldemort em junho passado e viu Deanna sangrando no chão. Ela olhou ao redor, e Voldemort tinha sumido. Ela estava de volta a Hogwarts.
— O que é isso, Deanna? — Dumbledore perguntou a ela seriamente. — Há quanto tempo isso vem acontecendo?
Deanna só conseguia encará-lo e pensar nas palavras de Voldemort. Era verdade? Ele estava realmente escondendo algo dela? Seu pai sempre teve seus segredos, mas ele nunca guardou segredos sobre ela...
— Deanna. — Dumbledore falou no mesmo tom calmo, mas sério, que exigia uma resposta. — Há quanto tempo você vê Voldemort?
— Você está guardando segredos de mim? — Deanna finalmente deixou escapar, sua curiosidade tomando conta dela. Dumbledore pareceu surpreso com a pergunta dela, mas sua hesitação deu a Deanna sua resposta.
— Eu...
— Por que você não me contou o motivo pelo qual Voldemort me manteve dormindo por 50 anos?
— Deanna, eu não sabia a resposta naquela época. — Dumbledore respondeu calmamente, embora estivesse nervoso por dentro. Sua filha talvez tenha descoberto a verdade sobre si mesma? A verdade sobre a profecia? Ele falhou com ela mais uma vez, como fez várias vezes antes? Não, ele já falhou com ela. Ele falhou com ela no momento em que Voldemort a levou e a manteve em um sono de 50 anos.
— Você sabia que era a profecia, não sabia? — Deanna zombou quando viu os olhos dele se arregalarem um pouco. Apesar de ambos conseguirem controlar suas expressões rapidamente, os dois Dumbledores já se conheciam demais para deixar passar essas pequenas coisas.
Dumbledore estendeu a mão para sua filha, implorando para que ela entendesse. — Deanna, eu...
— Diga-me a verdade, pai! — Deanna cerrou os punhos e encarou seu pai, piscando rapidamente para segurar as lágrimas. O fato de que tinha que ser Voldemort quem lhe disse a verdade a estava machucando. O que Voldemort sabia que ela não sabia? Por que ele sabia o que seu pai estava escondendo dela? — O que você está escondendo de mim?
Dumbledore sentiu seu coração se acalmar um pouco com isso. Isso significava que ela ainda não sabia. Era perigoso agora, mas ainda assim... Ele faria de tudo para que ela não descobrisse ainda. Ela não estava pronta. Ele não estava pronto. — Diga-me primeiro. Há quanto tempo você está...
— Por que você não pode me contar sobre isso? — a voz de Deanna falhou por causa da mágoa e da raiva. Ela se sentiu brava e magoada por ser mantida no escuro. Pelas reações de seu pai, ela podia ver que Voldemort estava dizendo a verdade. Não importa o quanto ela não quisesse aceitar, era verdade. Seu pai estava guardando um segredo sobre ela.
— Quanto tempo terei que esperar novamente pela verdade? — Deanna não se importava mais. Ela deixou suas lágrimas caírem junto com os pedaços de seu coração. Seu pai que ela amava muito e confiava de todo o coração. — Você sempre guardou segredos de mim. Eu te contei tudo. Esses encontros com Voldemort e meus sentimentos por Hermione são as únicas coisas que eu escondi de você. Eu confiei em você, Pops. Você não confia em mim também?
O coração de Dumbledore estava se partindo pouco a pouco por causa dos gritos de partir o coração vindos de sua filha. Ele a tinha visto chorar antes, mas ser a razão do choro dela estava o esmagando. Ele estendeu a mão novamente. — Pequena fênix, eu confio. Eu confio em você, mas...
— Se você confiasse em mim, já teria me contado qual é esse segredo. Você não evitaria responder à pergunta. — Deanna enxugou as lágrimas com as costas da mão e olhou feio para o pai. — Quantos segredos você está escondendo de mim? O quanto os outros sabem sobre mim mais do que eu mesma? Você é a única pessoa em quem eu já confiei antes e agora, Pops, mas por que não posso receber a mesma confiança que dei?
— Você ainda não está pronta para a verdade, Deanna. — Dumbledore gritou, sua voz aumentando. — Eu posso ter meus próprios segredos, mas como você pode dizer que eu não confio em você? Você é minha filha, eu lhe dou tanta confiança quanto você me dá.
— Como você pode dizer que não estou pronta para a verdade se você nem me contou sobre a verdade? Por que Voldemort sabe e eu não?
— Se você confia em mim tanto quanto diz, então por que não me contou que viu Voldemort?
— Eu estava tentando descobrir tudo! Eu estava com medo, droga, eu só estava tentando proteger você e o resto de Hogwarts! — Deanna gritou, sua raiva tomando conta dela. — Estava tudo bem para mim se ele me pegasse, mas eu não podia arriscar que ele pegasse nenhum de vocês.
— E era isso que eu estava tentando fazer! Eu estava tentando proteger você também. — Dumbledore gritou de volta para ela. Era a primeira vez que ele perdia a calma assim, mas ele e Deanna estavam muito bravos e magoados para pensar direito. A dupla normalmente calma de pai e filha agora estava muito animada. Eles estavam tão imersos na luta que nenhum deles viu como Fawkes havia queimado.
— Então, qual é o segredo? — Deanna finalmente perguntou após um momento de silêncio. — O que você tem guardado sobre mim?
— Não posso te contar. — Dumbledore disse calmamente, imediatamente se arrependendo de sua resposta quando viu o olhar de mágoa no rosto de sua filha, mas ele se lembrou do que tinha que fazer. — Sinto muito, mas não posso te contar.
— Tudo bem. — Deanna sorriu amargamente e se virou, caminhando até seu armário.
Dumbledore estava se perguntando o que ela estava fazendo, mas seus olhos se arregalaram quando ele a viu acenar sua varinha e todas as suas coisas imediatamente foram para sua bolsa. — O que você está fazendo?
Deanna pegou sua bolsa e olhou para ele através das lágrimas. — Até o dia em que você finalmente puder dizer a verdade, eu não posso dormir aqui. Eu não posso dormir no mesmo espaço que um homem que não consegue nem reunir coragem para falar a verdade para sua própria filha. — com isso, ela saiu do quarto com sua bolsa a tiracolo, deixando um Dumbledore chorando e um Fawkes confuso em seu quarto. Deanna foi para o único lugar que ela sabia que poderia ir em momentos como esses.
— Senhorita Dumbledore? — Dobby falou confuso quando a Lufa-Lufa chegou na cozinha. Deanna também ficou surpresa ao ver todos os fantasmas de Hogwarts lá com os elfos domésticos.
— Olá a todos. — Deanna sorriu fracamente para eles e sentou-se no sofá com sua bolsa na mão. — Vocês se importam se eu ficar aqui por enquanto? Preciso colocar alguns trabalhos escolares em dia.
Os fantasmas e elfos domésticos podiam apenas trocar olhares porque sabiam, pela maneira como Deanna evitava seus olhares, que havia algo mais naquilo. No entanto, todos concordaram e deixaram Deanna descansar.
Deanna deitou-se no sofá e cobriu os olhos com o braço, tentando controlar as lágrimas. Ela também havia dito algumas coisas dolorosas ao pai, e ela era culpada por isso, mas estava consumida pela mágoa. Ela estava magoada por ele estar escondendo tanto dela. Ela o amava e confiava nele, mas parecia que era unilateral. Como ele poderia esconder segredos sobre ela dela?
Deanna sabia que seu pai era reservado, mas ele sempre foi diferente dela. Ele só se abriu com ela sobre seu passado e seus pensamentos internos. Ela tinha orgulho de dizer que ela e seu pai tinham um relacionamento próximo, mas o que aconteceu hoje a estava fazendo questionar tudo.
Deanna abriu os olhos quando sentiu presenças diante dela, e viu os elfos domésticos e os fantasmas de Hogwarts sorrindo para ela enquanto o elfo doméstico estendia um prato de cachorro-quente para ela. Deanna não conseguiu se conter e começou a chorar.
Os fantasmas de Hogwarts e os elfos domésticos imediatamente se aglomeraram ao redor dela e tentaram dar o máximo de conforto que podiam ao texugo quebrado que merecia apenas felicidade e amor, mas às vezes, aqueles que mereciam ser felizes são aqueles que têm que passar pelas tragédias do coração partido. Eles só esperavam poder ajudar a curar o coração dessa jovem. Mesmo que só um pouco.
E quando a noite logo caiu sobre eles. Ninguém contaria a uma alma fora daquele quarto sobre como Deanna chorou de todo o coração porque ela precisava disso. Ela precisava chorar.
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